Quando o Amor se Transforma em Tormento

Um desabafo sincero sobre convivência, frustrações e escolhas que machucam

Às vezes, escrever é a única saída. É no papel que encontro uma forma de colocar para fora tudo aquilo que me sufoca, que aperta meu peito e que me faz sentir perdida. Hoje, mais uma vez, sinto essa necessidade. Não é apenas um texto, é um grito silencioso, um pedido de socorro, um desabafo que talvez muitas pessoas compreendam, mesmo sem nunca terem vivido exatamente o que vivo.
Quando me sentei para escrever estas linhas, eu estava nervosa. Muito nervosa. O estômago apertado, o coração acelerado. Porque há momentos em que a convivência com quem escolhemos para estar ao nosso lado se torna uma fonte constante de dor, de frustração, de desilusão.

O Começo do Desabafo

Que tormento… É assim que defino o que estou vivendo. O marido chega em casa e, em vez de sentir alívio ou alegria, eu sinto um peso no peito. Faço uma pergunta simples, algo que para mim era importante: “Eu te pedi para me ligar assim que saísse do trabalho”. Mas ele não ligou. Segundo ele, estava ocupado vendo vídeos no YouTube.
Para muitos, pode parecer algo banal. Mas para mim não é. Porque não se trata apenas de uma ligação. Trata-se de prioridade. Eu precisava falar algo importante, precisava do contato, precisava sentir que minha voz importava. Mas não aconteceu. Porque, aparentemente, ver vídeos era mais importante do que ouvir o que eu tinha a dizer.

A Dor das Prioridades Invertidas

Vocês conseguem entender a gravidade disso? Quando percebo que, para mim, falar com ele é prioridade, mas, para ele, o YouTube vem antes, é como se uma faca cortasse um pedaço da minha esperança.
É difícil imaginar isso até que aconteça com você. Eu mesma não consigo acreditar. Parece um absurdo. Como alguém que prometeu estar comigo, que escolheu dividir a vida comigo, não consegue entender o básico de atenção, cuidado e respeito?
O que mais me dói é perceber que essa não é uma situação isolada. É um padrão. Um hábito. Uma maneira de viver que me deixa exausta.

O Peso de Escolher Alguém que Não Está Presente

Hoje sinto vergonha. Vergonha de ter escolhido um homem assim. Vergonha de não ter enxergado antes. Vergonha de estar ao lado de alguém que não tem consciência de absolutamente nada, que não sabe calcular, que não sabe planejar, que depende sempre dos outros para tomar decisões ou para se organizar.
É doloroso escrever isso. Mas é a verdade.

Falamos sobre valores em aberto, sobre contas a pagar, sobre coisas sérias, e a pessoa age como uma criança. Dá risada. Como se fosse brincadeira. Como se nada fosse realmente importante.

A Frase Que Mais Me Feriu

Como se tudo isso não bastasse, ouvi algo que me deixou ainda mais abalada. Ele me disse que eu sou “como os pais dele”, que estou “controlando a privacidade dele” ao pedir que ele me ligue quando sai do trabalho. Disse que “liga quando quer” e que, para ele, isso é sinal de ciúmes da minha parte, e não de preocupação ou de importância no que eu tinha para falar.
Vocês conseguem imaginar o tamanho dessa distorção? Comparar uma simples ligação importante com um controle dos pais… é ridículo e banal. Não é apenas uma frase infeliz, é um desrespeito profundo com quem está do outro lado esperando atenção.
E eu fiquei ali, ouvindo tudo isso, tentando entender como cheguei a esse ponto. Acredite se quiser: essa escolha foi minha. Meu Deus.

Imaturidade Que Machuca

Chega em casa e não consegue sequer abrir um aplicativo telefônico. Começa a gritar. Sempre imaturo. Sempre gritando. Sempre transformando situações simples em tempestades.
E eu fico ali, com aquele bloco no estômago, sentindo a raiva e a impotência subirem. Ele diz que precisa ir ao computador para ver o que significa uma fatura, uma fatura que vence daqui 20 dias,  como se aquilo fosse um drama. Como se fosse o fim do mundo.
E eu me pergunto: qual é a ordem de prioridades de uma pessoa assim?

Um Descontrole Constante

Não é apenas um episódio. É uma vida inteira de descontrole. De desequilíbrio. De falta de consciência.
É difícil, muito difícil. Porque não se trata só de contas ou de telefonemas. Trata-se de maturidade. De responsabilidade. De parceria. E eu não vejo nada disso do outro lado.
Que difícil analisar a vida e ver o quão frustrantes coisas básicas se tornaram. 

O Impacto no Corpo e na Alma

Toda vez que ele grita, eu sinto meu corpo reagir. É como se um bloco se formasse no meu estômago, me apertando, me sufocando. Eu fico nervosa, tremendo por dentro. Às vezes, me pergunto se vale a pena. Se vale mesmo a pena seguir assim, construindo uma vida ao lado de alguém que não entende, não respeita, não acolhe.
Porque o corpo fala. O corpo sente. E esse peso que cresce dentro de mim é sinal de que algo está muito errado.

Reflexões Sobre as Escolhas

Escrevendo tudo isso, percebo como é doloroso reconhecer que fiz uma escolha errada. É difícil aceitar. Mas é necessário. Porque só reconhecendo conseguimos mudar.
Quantas pessoas não vivem relacionamentos parecidos? Quantas não sentem essa mesma frustração, esse mesmo aperto, esse mesmo sentimento de estar sozinha mesmo acompanhada?
Eu escrevo este texto não só para desabafar, mas também para alertar. Para dizer que não é normal viver assim. Que não é normal se sentir diminuída, ignorada, desrespeitada todos os dias.

Não é Sobre Pequenas Coisas

Às vezes, quem lê pode pensar: “Ah, mas é só uma ligação que ele não fez. É só um aplicativo que ele não sabe usar”. Mas não é sobre isso. É sobre a repetição. É sobre a falta de esforço. É sobre não se importar com o que é importante para o outro.
É sobre ter prioridades tão diferentes que parece que estamos vivendo em universos paralelos.

A Coragem de Falar

Por isso eu escrevo. Porque falar me ajuda a respirar. Porque colocar em palavras me dá força. Porque talvez, ao compartilhar minha dor, eu encontre outras vozes que digam: “Eu também vivo isso”. E talvez, juntas, possamos entender que merecemos mais. Que merecemos respeito, atenção, parceria.

E então… 

Hoje eu decido, através deste texto, me ouvir. Respeitar o que eu sinto. Reconhecer que algo precisa mudar.

Porque viver em tormento não é viver. Viver sem prioridade, sem parceria, sem respeito, é se anular.

E eu não quero me anular mais. Não quero me calar. Quero escrever, quero falar, quero me amar mais e ver que a vida pode ser diferente!

Quando eu olhar no espelho, quero sentir que a minha parte eu fiz, do início ao fim, tudo o que pude. E, se não fui valorizada, é porque isso fala mais sobre o outro do que sobre mim!

Cansada dos gritos, cansada de não ser valorizada.
Eu realmente mereço uma vida com mais tranquilidade, paz, amor e valorização.

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